28/12/2008

Sagrada Família vs Família divina


Celebrou-se, neste fim-de-semana, a Festa da Sagrada Família, aquela que Deus escolheu para receber Jesus.

Um Filho especial!

Um Filho que se incomodou!

Um Filho que se aproximou dos doentes, dos deserdados, dos desesperados, dos ostracizados, dos sós…

Segundo o que ouvi, José fez papel de “coitado”! (desculpem-me pela grosseria da expressão).

Maria grávida?

De quem?

Um anjo?

E José, que papel iria desempenhar no meio de tudo isto?

Grávido, apenas, no coração?

Jesus foi outro nascimento “impossível”.

Maria e José não tinham, ainda, oficializado o enlace e ela já estava grávida. Isto seria impossível e impensável dentro de uma sociedade tão fechada, fundamentalista e ciosa dos preceitos pré-definidos por alguns, demasiado puristas.

 

Outro problema:

O profeta dissera, cerca de 600 anos antes, que iria nascer “alguém” especial da descendência de David, que iria restaurar o Reino de Deus e libertar os sofredores e oprimidos dos invasores e opressores.

Se… José é apenas pai do coração, onde está o fruto dessa descendência?

Jesus, Homem, conheceu pai e mãe. Foi tratado com desvelo e carinho como qualquer outra criança, tal como eu tratei do meu filho, só que noutra época e noutro tempo.

Jesus, Homem, teve uma profissão e lutou pela vida honesta dos homens sensatos.

Jesus, Homem, também resvalou.

Mas… na hora da verdade, fez-se ao caminho. Tornou-se Andante e Peregrino.

Anunciou o Reino.

Falou do Pai/ABBA.

Curou e perdoou.

Limpou e sofreu.

Fez “nascer” o alimento, para a multidão esfomeada, a partir de dois peixes e cinco pães que somados dão sete, plenitude. Sobraram doze cestos, que nos indicam as doze tribos. Isto é, tudo para todos. 

Jesus veio anunciar o Pai a todos!

Não é bonito?

Estarei a cometer algum erro?

É que ninguém ficou, nem fica, do lado de fora a ver alguns a “banquetear-se e a lambuzar-se, como queriam fazer acreditar os que se consideravam eleitos e preferidos, com o que deveria ser redistribuído e chegar para todos e até todos.

Jesus falou, fez, disse…

Apenas alguns O ouviram e O ouvem.

Jesus carpinteiro, filho de carpinteiro, da descendência de David, tornou-se o Homem da Verdade, da Sabedoria e do Perdão.

Fez-se pequeno para acabar grande!

Libertou-se da morte, pelo amor e vontade do Pai, e plenificou-se.

Tornou-se Um com o Pai e deixou-nos, como legado, o Espírito que andava “perdido” antes de se tornar Família com Ele.

E fez-se Luz!

E tornou-se Calor!

E tocou nos corações de todos os que querem segui-Lo.

Imitá-Lo não, apenas tomá-Lo como modelo de irmão mais velho.

É este Jesus Luz, Calor que um dia tocou o meu “coração”, enlaçou-me e me levou a entregar-me, sem reservas, qual amante envolvente que busca a Verdade e o Amor.

 

Ao ser redimido da morte física e humana pelo Pai, Jesus, passou a fazer parte da Família Divina, como eu.

Ao nascer no seio de uma família, por vontade de um homem e uma mulher, Jesus, tornou-se homem.

É pelo homem, tornado Deus, que eu me deixei seduzir e que pretendo seguir até chegar a hora de voltar para Casa.

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