21/06/2009

E tu vais adormir!...



Tudo se desmoronava à minha volta e tu dormias a sono solto dentro do barco.

Porque será que “andas” tão distraído?

Queria sentir-te e não te sinto!

Queria ouvir-te e não te ouço!

Queria falar-te e estás a dormir!

Estavas cansado.

Os teus não eram fáceis e, tal como as crianças, queriam que lhes explicasses tudo e… ficavam na mesma.

Por isso lhes chamaste variadas vezes “homens de pouca fé” e ignorantes de ti.

São estes os teus, somos nós. Sempre a questionar e a não abrir os ouvidos ao teu sussurro.

“Homens de pouca fé”!

E desanimamos.

E baixamos os braços.

E voltamos as costas.

É mais fácil deixarmo-nos envolver no ruído estonteante que embrutece e endurece os ouvidos.

“Homens de pouca fé”!

Deixamos de escutar os sons bonitos que nos rodeiam.

Deixamos de ficar parados a observar o voo ora doce e suave, ora rápido e barulhento das gaivotas que dançam e volteiam ao som da música da vida.

Esquecemos a natureza que vai cantando e se vai agitando como que a dizer-nos: Olha para mim. Estou aqui para proporcionar bons e agradáveis momentos de bebedeiras de verde, de sombra e frescura.

E insistes: “homens de pouca fé” que propositadamente vos deixais conduzir por tudo aquilo que é contrário ao vosso crescimento e que vos distrai do Reino criado para vos deleitardes e “onde jorra leite e mel”…

E assim vai o Reino, mas… não és tu quem vai a dormir. Tu estás bem atento. Sabes que nunca nos irias abandonar.

Mas… nós afastamos-te. És um incómodo. Num mundo de “vidinhas”, de um salve-se quem puder, de corrupção e de falsos modelos é mais fácil manter-te afastado. Por isso é conveniente encontrar-te a dormir. Enquanto dormes não vês.

E continuas a confiar em nós.

E continuas a dar-nos liberdade, a tua liberdade.

Sabes, Yeshu, vou continuar a confiar em ti, a entregar-te a minha vida e a mostrar-te no sorriso e na confiança.

Sem comentários: