
É, é mesmo em oração que quero dizer-te que sou privilegiada.
Sou e sinto-me privilegiada por me teres convidado a fazer parte dos teus.
Sou e sinto-me privilegiada por me teres chamado a participar na tua festa que acontece, sobretudo na vontade forte de ter um coração puro.
Esta é uma caminhada que vou ter que caminhar, apoiada numa comunidade de gente muito bonita e que irradia amor.
Mas…
Estou ainda a tactear por caminhos que me obrigam muitas vezes a desviar os olhos e a assobiar para o lado.
Sabes, o caminho não é fácil, mas insisto e sou teimosa.
Aprendi, hoje, na longa tarde que vivi, a saborear-te e a saborear o momento.
Foram várias horas que não cansaram.
Foram horas em que nos tomaste o pulso e nos deixamos guiar pelo Amor de uma vida vivida com sentido.
E aprendi ontem, e reaprendi hoje, que naqueles tempos difíceis da tua vida, está na hora de eu me lançar ao caminho.
Tenho 60 anos. (bem, quase…)
Estou na idade, que corresponde à tua idade, de aceitar o desafio e enfrentá-lo sem reservas.
Tenho que lutar contra os travões que sub-repticiamente me vão tolhendo os passos e impedindo de avançar.
Este é um novo caminho.
Este é um caminho de discípulos, de muitas perguntas e algumas respostas.
Este é um caminho baptismal.
Hoje senti, o que andava a sentir há já algum tempo, que mergulhei nas águas e me despi de preconceitos.
Mergulhei na água, que é a palavra, e esvaziei-me do Homem Velho que tolhe e entorpece, obrigando a rastejar e a olhar para o chão.
Senti-me renascer pela “lavagem” e vesti a túnica branca da limpeza de espírito que consola e “obriga” a tomar decisões.
A água baptismal foi mesmo a longa tarde de hoje que ajudou a rever atitudes e a voltar a caminhar de cabeça erguida.
E renasci.
E levantei-me vestida de HOMEM NOVO que luta e enfrenta as adversidades.
No fim…
Bem… no fim foi a oração dos discípulos.
Oração de acção de graças pela beleza do caminho caminhado que alargou os portões, descerrando-os, e abriu fronteiras para um novo caminhar.
Obrigada, Papá, por me teres ajudado a dizer sim quando a Inês me contactou.
Obrigada, Papá, por teres acreditado em mim.
Obrigada, Papá, por me deixares chamar-Te Papá.
Sabes, Papá. Aprendi a olhar-Te de frente e com a cabeça bem levantada. Tornaste-Te mais próximo e mais família.
Gosto de chamar-Te Abba/Papá e continuar a sorrir.
Deixei de me importar com o sorrisinho dos outros, para contigo rir às gargalhadas.
Deixei de me importar com o sorrisinho dos outros, para me deixar mimar e enroscar nos teus braços de ternura e muito amor.
Nesta oração quero falar-Te naqueles que me chamaram e confiaram em mim: o Rui, a Inês e o Luís, sem esquecer os restantes elementos da comunidade. Tu sabes quem eles são e como estão, também, no meu coração.
Sinto-me a crescer e tenho 60 anos…
2 comentários:
Ai, este nosso Deus! Ele prega cada partida à gente!...E o melhor de tudo é que nunca nos acha velhos para calcorrear caminhos novos...nunca velhos para nos apaixonarmos nem para fazer "figuras tristes" (alguns dirão e sorrirão...)...nunca velhos para aprender a ter coração, dúvidas e perguntas de criança...Um Deus que nos ama assim, só pode tornar-nos "irreconhecíveis"! Que maravilha!...Glória
Fico feliz por ti amiga! Também gostava de estar lá, contigo e com todos,mas, só alguns são merecedores, tu sabes..... pemanecerei no meu e nosso mundo, sendo muito pequenina e fazendo coisas pequeninas, próprias dos pobres e rejeitados mas que nunca desistem de amar, mesmos os que mais nos magoaram....... um abraço no silêncio!
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