A noite!

Fez-se noite naquele coração atormentado!
Vestiu-se de luto e chorou.
O que lhe fizeram?
O que deixou que lhe fizessem?
A noite do luto, da infelicidade e da angústia entrou-lhe, portas adentro, sem ela perceber como.
Fez-se noite naquele coração atormentado!
Noite que nunca se extinguiu, embora o Sol ilumine os seus dias e a Lua as suas noites.
Os luzeiros do céu acendem-se e apagam-se e a luz das trevas permanece sempre e sempre e sempre...
Aquela mãe, sem bem saber como nem porquê, não deixou que o seu filho nascesse.
E a noite não mais a abandonou.
A lembrança do que poderia ter sido o sorriso desse filho que nunca viu nem sentiu o amor!
A sua peregrinação continua e continuará com a mancha da morte. É uma peregrinação, pela estrada da vida, onde o arrependimento não redime o mal, pois nunca mais o vai conseguir afastar dos seus olhos. É uma peregrinação sem Sol, sem Lua, feita noite escura de sofrimento por um amor falhado!

Perdoa-lhe, Senhor!
Perdoa a todas as mães que vivem infelizes...

(História de uma mãe que vacilou num período de sofrimento atroz da sua existência)