09/10/2006

Luta

... pero hay los que luchan toda la vida;
esos son los imprescindibles!
revista do spn

Eu prefiro lutar em vez de me acomodar!
E não costumo fugir a uma boa luta. (Entenda-se que nunca gostei de gritarias nem de pancada... fujo de confusões, risos e gargalhadas ah!ah!ah!).
Luto por causas, por ideais, por pessoas.
Odeio a injustiça.

Hoje, quando conversava com a Cláudia, chegamos à conclusão que, nas aulas, sou séria e, por vezes distante. Disse-me que nas aulas não perdoava nada: faltas de educação, de respeito e atitudes menos correctas. Viam-me como o tal "bicho careta".

Gostei do que ouvi!
Primeiro: descobriram que tenho as lágrimas mais perto do que seria de esperar (disse ela: Não sabíamos que a professora sabia chorar!...);
Segundo: descobriram o profundo amor e entrega que lhes dispenso;
Terceiro: descobriram que , apesar da distância, a primeira a saltar para a arena e lutar por eles sou eu. Nunca deixo de os defender, tanto para o bem como para o mal. Se têm castigo, converso. Se não chegam a esse ponto, converso também.

Gosto muito de conversar e brincar com eles, mas também não lhes permito incorrecções. Já os avisei de que exijo deles o mesmo que exijo de mim própria. É difícil? Eu sei que é, mas é-o para todos.

Então pensei:
- Não será isto gostar daquilo que se faz?
- Não será isto uma manifestação, em mim, do amor do e ao Pai?
- Não me demito das minhas funções, mas se pudesse fugir delas? (risadas)

A escola para mim é:
compromisso, entrega, ética, cumprimento do dever.

A escola é o local ideal para falar dEle, sem Lhe dizer o nome. Eles já sabem de que lado estou, qual o ideal que persigo e a quem quero imitar.

Então, como professora mostro-lhes os dois lados: a intransigência que os obriga a lutar e trabalhar para vencerem o ano e o coração que os acolhe e amima sempre que precisam.


7 comentários:

Anónimo disse...

Andorante,

Gosto do que li - coração e cabeça, cada um no seu lugar e a seu tempo (linda menina!)

É com certeza gostar do que se faz. Tu fá-lo com alma. Um dia os mais renitentes, irão agradecer-te.
Sortudos pela professora que têm.

Abrençãos daqui,
Malu

Andante disse...

Uau! Malu,
chegaste depressa...

Gosto deles...
Gosto do que faço...
Sou professora por opção.

Vou contar-te;
Estou no ensino desde 1975 (tanto tempo...)
Como não tinha habilitações próprias, apenas suficientes, desafiaram-me a fazer qualquer coisa para me igualar aos outros professores.
Queria ser Educadora de Infância. Não mo permitiram (claro que não foram os meus pais. Esses fizeram tudo o que puderam).
Comecei a trabalhar na primária. Foi uma luta! Não gostava dessa faixa etária. Hoje sinto-me feliz por ter estado nesse nível de ensino. Aprendi e cresci muito.
Com 42 anos entrei na faculdade.
Fiz o curso direitinho, sem chumbos, e, no último ano, fiz o estágio.
Havia uns "Velhos do Restelo" a tentar demover-me de fazer História, porque estava saturado. Resposta pronta:
Com esta idade não posso fazer experiências, tenho mesmo que fazer o que gosto. E fiz.

No ano lectivo de 2000/2001 fui efectivar à Madeira. Custou muito, mas fui.
Foi aí que iniciou a minha "reconversão". Sem pressões, sem ouvir dizer: "deves fazer assim" ou "tens que..." voltei até chegar ao que sou hoje.

Depois disto tudo, diz lá, Haverá outra actividade profissional onde me realize que não a de professora?
Como vês, depois deste arrazoado todo, estou no sítio certo a fazer aquilo que gosto.
Sou uma mulher feliz!
Pois, nos nossos dias, a maior parte dos jovens e até professores, não faz aquilo para que se sente vocacionado. Logo, faz mal. É aqui que reside a insatisfação, a falta de profissionalismo e o mal-estar.

Desculpa esta enorme resposta.

Beijos peregrinos no coração de uma certa Capela/Malu

Anónimo disse...

Querida andante:

Como é bom ver-te feliz no que fazes e o empenho que demonstras.
As "lutas" são uma boa filosofia de educação. O ensino actual está cheio de "lights".
Quanto ao teu testemunho do amor do Pai, estou convencido que não é por muitas palavras mansas que se transmite o kerigma! Mas pela presença semelhante à de Cristo, pelo testemunho de Cristo nos gestos e acções do nosso quotidiano.
Que bom é poder ler-te, minha andante e peregrina!
O peregrino é um lutador...
Luta sempre até chegar à meta. E a meta é o próprio Cristo, a Trindade...
Abraço-te no Bom Pai com uma amizade inflamada. Bem-hajas!

Andante disse...

Então monge!
Voltaste a visitar-me...
Que saudades!
Que bom conversar contigo...
Sabes bem qual é a minha luta e com que garra me faço a ela.
Quanto à peregrinação? É com as unhas bem afiadas e uma vontade férrea que a empreendi, a empreendo e, com a ajuda de todos, conseguirei encontrá-Lo, no final dos tempos.
Como tão bem dizes a meta é a Trindade, mas para chegar até Ela tenho que trabalhar cá na terra.

Um forte abraço cheio de ternura desta peregrina-andante que pensa muitas vezes na serenidade da tua voz e na certeza, da tua vontade, que transmites.

Obrigada.

Beijos peregrinos

zezezinho disse...

Minha amiga, hoje aprendi que quem vai á luta vence sempre.
Digamos que eu também gosto muito do que faço ;)e pra isto acontecer também me mandei á luta deixando para trás os meu mais próximos, hoje continuo longe deles, ás vezes pergunto-me a mim próprio se valeu a pena todo este esforço que fiz ter, ter passado por tanto sofrimento pela âusencia e distância que me separam dos meu, valeu a pena? Julgo que sim, mas a distãncia dói sempre, mas Ele guia-me e âmpara-me a mim e aos que deixei.
Hoje tou cansado mas feliz, depois do dia de ontem só me resta agradecer por tudo, por me terem recebido de braços abertos. Obrigado minha amiga.

Beijos

joaquim disse...

andante
Não percebo, nem tenho veleidades de perceber de educação, a não ser aquilo que a vida e o bom senso nos ensina.
Há anos que digo que alguns dos problemas da educação em Portugal residem no facto de para alguns, ou muitos, a profissão de professor/a ser uma profissão de recurso e como tal, sem gosto e sem grande empenhamento.
Ao ler a tua biografia, dei graças a Deus porque afinal há ainda pessoas que gostam de ensinar os outros e o fazem com prazer e empenhamento.
ainda por cima se a isso aliam uma fé vivida e testemunhada o resultado só pode ser magnifico.
Parabéns!
Quem me dera ter sido teu aluno!!
Abraço em Cristo
Joaquim

Anónimo disse...

claudia



olá!
sim tudo que disse é verdade! tive uma professora durante 3 anos e so a conheci no terceiro ano!
mas conheci a tempo de ganhar uma grande amiga!
é bom ter com quem desabafar... falar e ate chorar!
a stora esta dentro do meu coraçao! la tem um lugar so seu!
o cantinho que foi preenchido apenas com o gesto de sorrir!