13/07/2008

Reunião

Quando se pensa que as escolas baixaram a guarda pois já não há aulas, é puro engano.

As escolas fervilham, quase com a mesma intensidade, como se estivessem cheias de alunos.

Exames! Correcção de exames! Validação de notas! Reuniões, muitas reuniões! Formação e formações!

Os dias estão bem vivos e vividos.

Nós… arrastamo-nos! O cansaço ocupou o seu espaço e sente-se no ar a vontade de férias retemperadoras. Partir, relaxar e recuperar é tão visível que por vezes se vê cruzar os braços de modo a não os deixar pesar em direcção ao solo.

A quinta-feira foi bem difícil!

Convoquei uma reunião de departamento para as 9H30 que se prolongou até às 13H30. Somos 26.

Que canseira e que cansaço!

A atenção estava toda concentrada na sua coordenação.

Sentem-se conflitos no ar, com discussões latentes, e que é necessário controlar de modo a retirar-lhes as forças negativas que começaram a pairar. Não podia deixar perder o controlo senão… entrava-se pela agressão.

Tentou-se, não permiti.

É um grande grupo, há-os maiores, heterogéneo, com pessoas a colocar a fasquia demasiado alta e o chão a fugir-lhes dos pés.

O grande terror que assola tudo e todos chama-se avaliação.

Ninguém pensa perder o comboio e as cotas é que ditam as regras do jogo.

Assumi o cargo desconhecendo todas estas implicações.

Não costumo fugir de nenhuma luta. Neste momento gostaria de abandonar o barco. Não posso! Seria defraudar-me e defraudar quem confiou em mim. Ando a aprender a “dança” da liderança… gosto mais de fazer que dirigir. O acto de direcção, mesmo sendo feito em equipa, é um acto que implica grande solidão, muita serenidade e atenção.

Sinto-me muitas vezes só, mas nunca abandonada…

Estou a aprender a gerir os meus impulsos e a resolver as situações sem me tornar demasiado notada. Logo eu que gosto tanto de brincar!... É verdade que brinco, de forma a aligeirar a “coisa”, mas… tenho que dar o exemplo e há pessoas demasiado sérias, não iriam compreender.

Estou a imaginar aqueles que me conhecem noutros contextos a darem gargalhadas e a pensar:

Não podes ser tu! Tu que gostas de dar uma boa gargalhada, que gostas de brincar, que não consegues estar muito tempo com “cara de pau”…

Pois é, amigos, desempenho demasiados papeis nesta grande peça que é viver e vivo-a com muita vontade, pois alguns daqueles que dirijo não sabem que estou a desempenhar um papel que me foi atribuído, para a construção de um certo Reino que me seduz, por um certo Jesus que um dia falou de um Pai a quem chamava de ABBA usando a linguagem segura do Amor e da Vida.

Aqui há tempos, uma colega/amiga, a Patrícia, quando me ouviu afirmar que sou catequista e uma das responsáveis pelo grupo de jovens, deu uma sonora gargalhada e afirmou:

Não acredito!

Tu?

Agora acredita e acha que sou coerente.

A construção do Reino não é nem pode ser para os macambúzios. Esses passam uma mensagem que afasta, que desconstrói, que banaliza. Os seguidores de Jesus não podem ser banais. Têm que inquietar e inquietar-se. Rir e sorrir sem medo, chorar e gritar quando é preciso. Dar um murro na mesa até ela partir, pois os seguidores de Jesus não têm nada a perder.

Enquanto estou para aqui a escrever sinto descer sobre mim uma grande paz e o tempo regressar às quatro da tarde.

Gosto de falar com e deste Jesus de Nazaré, com e do Pai e sentir o sopro do Ruah de modo a entregar-me nos seus braços sedentos de Amor.

Este é uma espécie de Amor que enche o peito até estourar e que dá vontade de gritá-Los até à exaustão, para aunciá-Los a todo o mundo, pois é uma Família una e muito querida!

Voltando à reunião, abri muitos espaços para todos e todas falarem, apontarem erros, deixarem fluir, sem receio, as vitórias e as derrotas pois nem tudo o que devia ou podia foi feito.

Foi duro!

Houve algumas tentativas para fazer ataques. Cortei-os pela raiz.

Ao fim de quatro horas de trabalho, com uma ligeira pausa, saí cansada, mas animada.

1 comentário:

Anónimo disse...

Não te visito faz tempo.... mas guardei e guardo sempre no meu coração a tua presença e vida...