05/09/2008

Ai o que eu ouvi!


Hoje ouvi uma coisa que me deixou intrigada.
Só é santo quem Deus quer e escolhe!
Só é filho de Deus, também, aquele que é por Ele escolhido!
Jesus é santo e foi escolhido pelo Pai!
Que grande confusão!


Penso que não entendi muito bem a filosofia, mas ouvi, disso tenho a certeza.
Ah! Também ouvi dizer que não é santo quem quer, mas aquele que foi adoptado por Deus, sem ter que fazer nada para o conseguir...
Não será isto predestinação?
Neste contexto, estamos perante filhos e enteados.
Logo eu sou enteada! ...


Acho que pregar este tipo de religião é contra a vontade do Pai a quem prefiro chamar ABBA, Papá.
Quando peso nele, penso-O brincalhão, divertido e terno com os filhos que sonhou e acolheu no seu seio.
Não foi Ele que nos concedeu a liberdade de escolha?
Ai! Ai! Ai! Tanta confusão vai naquelas cabeças!
Parti para a reflexão sobre um Deus mandão, de dedo esticado, sempre pronto a dar o puxão de orelhas da praxe.
Não, não é este o meu Deus.
O meu Deus é aquele que acolhe, que espera e está sempre disponível.
O meu Deus perdoa e olha nos olhos, com olhos de amor e de ternura.
É um Deus humilde e compreensivo.
Não é essa a lição que um Pai deve transmitir aos filhos?
E, se são filhos, são fruto de uma vontade férrea e de uma grande cumplicidade no “momento” da criação. Não pretendo, aqui, falar da Criação narrada no Livro do Génesis. Estou mesmo a falar no momento da concepção, do nascimento pela vontade e pelo amor que procria e acolhe.


O meu Deus escolheu-me porque eu O escolhi!
Aqui está presente um amor dádiva, doação, entrega.
Escolhemo-nos mutuamente e eu fiquei a ganhar com a escolha.
Transformei-me na filha bem-amada, na noiva encantada, na esposa dedicada.

1 comentário:

Alma Rebelde disse...

Também leio ou ouço coisas que me deixam verdadeiramente arrepiada para não dizer revoltada e, muitas delas por mais absurdo são ditas ou escritas por teólogos...
Um Pai que só sabe amar,não faz diferenciação nem excepção.
Nós é que devemos acolher e conviver com o Amor do Pai que a todos quer ver felizes.
Há tantos ateus ou pessoas de outras crenças, que esses é que são os verdadeiramente santos ,não aqueles que têm a mania que são os "eleitos" como os consagrados ou afins cheios de pretensões...
O melhor exemplo do Evangelho acerca do AMOR é a Parábola do filho Pródigo,onde o intenso amor do Pai é apenas abraçar o filho e não o julgar ou condenar...
Aquele outro Pai que me fizeram crer na infância com o papel de juíz,mauzão,implacável mandeio-o passear.
Hoje, já ninguém me aterroriza com essa falsa imagem.
Viva o nosso Pai ,como disses terno ,brincalhão e divertido.
Lamento que a Igreja continue a ser causadora da "destruição" da alma de muitos crentes que procuram mais o AMOR do que certas sentenças e moralismos hipócritas.
Abraço fraterno