18/09/2008

Cansaço


«Sou um homem muito diferente. Tenho mais consciência de mim e dos meus limites, mais tolerância comigo e com os outros. E abandonei objectivos irrealistas que me tornavam infeliz. Era isso que me impedia de alegrar com as pequenas coisas da vida”. E dá graças ao Buda por ter chegado aquele dia em que pegou no volante da sua vida e escolheu o caminho por onde levá-la».

Cousin Emmanuel, revista Única, 13 de Setembro, 2008.

 

 

Não precisei de chegar a Buda para me mudar ou mudar a minha vida.

Deixei que um certo Yeshu pegasse no volante e parti à desfilada para dentro de mim própria.

Aqui sou eu a escolher o caminho.

E não está a ser fácil!

Estou a aprender a lição da tolerância, mas a paciência tem limites, e a dançar o “Tango do Aleluia” que, com o decorrer dos dias, dos meses e dos anos, está cada vez mais aprimorado. Embora ainda troque os pés e pise o parceiro, as coisas estão a tornar-se, a cada dia que passa, mais certas, de sofridas….

Ao contrário de Cousin, os objectivos irrealistas são postos e impostos de fora para dentro, isto é, por uma catrefada de obsessões trazidas e inventadas para “tirar o sono” a qualquer um.

O que me vai doendo e preocupando é a tirania de quem não sabe sofrer e sofre, de quem se esquece que o outro é o Outro e não mais um. Criam-se, obstinadamente, dependências, entrando-se no ciclo vicioso do “coitadinho”.

Ouço dizer por aí que o sofrimento é dado por deus para limpar os pecados.

Então Yeshu, quais eram os Teus pecados para Te ser imposto tal sofrimento?

Lutar pela verdade, pela vontade de viver, pela alegria é pecado?

Ser vítima da mentira, da falsa modéstia é querer sofrer?

Começo a estar cansada!

Por isso, deixo-me acolher pelo Teu abraço protector e sigo ao encontro para Te saborear…

 

 

 

Sem comentários: