Ninguém fica indiferente!...

 

Quando vamos ao Teu encontro, não podemos ficar indiferentes.

Percebemos que somos um, unidos no amor e na Verdade.

O convite chegou à hora certa!

O Rui veio partir pedra, desbravar para semear.

E lançou as sementes que começam a bailar dentro das nossas cabeças e a agitar os nossos corações.

E estão agitados!

Olhos sedentos e esfomeados esperam pela segunda-feira. E são fiéis! Nunca tantos leitores vieram em tão grande número. É bonito!

Lentamente, ao Teu jeito, vamos crescendo e aproximando de um Deus tão grande e tão ignorado.

Lentamente saltamos o muro, até aqui bem alto e intransponível, e passamos para o lado de lá sem medo dos obstáculos e do desconhecido.

Fazemo-nos ao Caminho e avançamos de olhos erguidos, costas direitas e peito feito.

Deixamos a atitude da indiferença e da cegueira de quem se põe a assobiar para o lado, que não vê e não quer ver para não ter “trabalho”!

Caminhamos e procuramos!

Procuramos e caminhamos!

O caminho não é fácil! É o caminho da vida, da insegurança, da indiferença, da inconstância.

E este caminho foi, também, o Teu caminho.

E… tiveste medo!

E… quiseste fugir!

E… enfureceste-te!

Não são comportamentos humanos?

E… tiveste necessidades!

E… estavas cansado!

E…, e…., e…

Não são atitudes humanas?

Também contigo ninguém fica indiferente.

Foste o Homem da Verdade que agitou consciências, mudaste mentalidades, modos de ser, de agir, de pensar, e… tropeçaste no caminho.

Havia tantos obstáculos!

Apanhar espigas para comer em dia de Sábado?

Perdoar?

Curar?

O Homem é louco!

É esta “loucura” que não nos deixa indiferentes!

É esta loucura de Te seguir e de proclamar-te bem alto para que todos possam ver:

… o Teu sorriso, no meu sorriso,

… a Tua raiva, na minha raiva,

… a Tua tristeza, na minha tristeza,

… o Teu desencanto, no meu desencanto!

Comecei a conhecer-te. Sabes, só se ama quando se conhece…

Aprendi a viver ao Teu jeito, não esquecendo o meu próprio jeito.

É que Tu não nos anulas! Pelo contrário! Pelo contrário, queres ser um connosco.

Que bonito!

Um connosco, logo, um comigo.

Nunca mais me senti só porque vês o que eu vejo e como eu vejo; sentes o que eu sinto; vives o que eu vivo!

E brincas como eu brinco!

Vês no horizonte o sinal do Pai que nos “legou” esta Terra tão bonita e também sofredora.

Fechamos os olhos à Sua obra e sujamos, destruímos, matamos.

Estamos sempre armados, de espada em riste, à espera de, pela traição, maledicência e da anulação do eu do outro, espetar e fazê-lo sangrar até sair apenas água. Este sangramento manifesta-se na intolerância e no querer moldar tudo e todos à nossa vontade, sugando-lhes o que têm de melhor, a consciência.

Não é por este caminho que eu quero seguir.

Claro que o meu Caminho é bem difícil, bem semelhante ao Teu.

Mas… é o meu caminho, aquele que eu decidi trilhar e seguir, sempre que possível, de costas direitas e olhos postos no Teu horizonte.

E então… ninguém fica indiferente!

Todos chegam lá, por caminhos ínvios e não andados!

 

PS. Hoje aconteceram três coisas que me deixaram perplexa:

1.    morreu a ex-mulher do meu irmão. Têm em conjunto três filhos. O mais velho frequenta o terceiro ano de medicina, a filha do meio está no décimo primeiro ano e a mais nova passou para o décimo ano. O pai é doente oncológico!

2.    o pai de uma aluna está de baixa há um ano e nada o justifica, pois já ultrapassou o problema. Neste momento está a pressionar a filha para ir trabalhar, como fez a mais velha, abandonando a escola. Não deverá ser denunciado? Que consequências trará para a filha? Estou confusa!

3.    há alguém com quem convivo diariamente, na escola, que está a enfrentar problemas judiciais graves. Vejo-a sofrer em silêncio. Hoje conseguiu levantar um pouco do véu. Tenho que a ouvir e estar atenta.

 

Dos três problemas, o último talvez seja o mais fácil, pois limitar-me-ei a ouvi-la, a limpar-lhe as lágrimas e dar-lhe o ombro para chorar mais à vontade.