26/01/2009

sexra-feira à noite





Na sexta-feira passada assisti/ tomei parte num concerto de “taças tibetanas”.

Gongos, taças…

Diálogo estranho!

Nunca tinha visto ou ouvido nada igual!

Estava marcado para as 22H, começou às 22H30.

E iniciou-se o ritual…

Descalçar

Sentar no chão com as pernas cruzadas.

A sala era pequena e acolheu cerca de cinquenta pessoas.

O grupo de jovens NAHAR era um “convidado especial”!

A sala estava obscurecida, com algumas lamparinas acesas.

Pessoas sentadas e algumas deitadas…

Eu era novata!

Não sabia muito bem ao que ia.

Começou, com uma pequena introdução e o convite a “viajar”. A proposta era a de efectuar duas dessas viagens.

E ouvi “sinos” ao longe, e o som a entrar e a dialogar comigo própria.

Como já me doíam as costas e a posição sentada se tornou demasiado incómoda, sondei o espaço à minha volta e… deitei-me, de costas, com as pernas dobradas. Não havia espaço para mais!

E começou a festa dos sentidos e das sensações!

 

Terminou a primeira “viagem”!

Os sons a ecoar e a vibrar de forma suave, doce e vigorosa!

Ao iniciar-se a segunda viagem, tudo foi diferente.

Sentia-se/ouvia-se a água a correr e a desfazer-se em cascatas à procura do “caminho” certo e do leito que lhe iria transmitir a paz de um percurso seguro.

E o vento!

Primeiro suave, depois a soprar forte e intranquilo à procura da primeira árvore, do primeiro ser vivo, para despentear, do primeiro Homem, para abraçar.

E corri para ele!

Entreguei-me ao seu abraço, senti-me voar, de cabelos desgrenhados e esvoaçantes para Ti.

E aninhei-me no colo da RUAH que amorosamente veio ao meu encontro.

E conversei!

Deixei que todas as minhas angústias, os meus medos, a minha dor e o meu sofrimento desaparecessem.

Só eu e tu, RUAH do Amor, da Vida, do Consolo!

Foi um diálogo intenso de duas pessoas que se querem e que muitas vezes estão de costas voltadas. Eu sei. Eu sei que teimas e insistes. Eu ignoro-te.

Claro que de forma inconsciente, nas ignoro-te.

Vieste, primeiro como brisa suave. Depois, como vendaval para me agitares e desinstalares.

Gostei da tua provocação!

E continuo a sentir-te!

E… terminei a viagem!

Fiquei a saborear-te, ali deitada, sem qualquer vergonha, e pedi-te que te mantivesses firme.

E continuo a sentir-te!

 

Foi-nos então dito que iriam acontecer várias coisas:

·         Dormir o sono dos deuses;

·         Não dormir e, aí, aproveitar e dizer ao papel o que vai na alma;

·         Dormir e sonhar, sonhar, sonhar…;

·         Sentir o som a deslizar dentro de si e continuar a conquistar a paz interior tantas vezes perdia.

Nessa noite dormi. É verdade que foi um sono apressado, mas relaxante.

Na noite seguinte dormi e sonhei. Sonhei que tinha “distribuído” alguns estalos, daqueles de “encher” a mão e senti-me ainda mais relaxada.

Nestes dias deixei de sentir o bater agitado e descompassado do coração. Também ele serenou!

E a RUAH continua a soprar-me ao ouvido a sua canção de ternura e de alento.

Tem sido mais fácil “suportar” as queixas, as acusações, os maus fígados!

Quero-te comigo, RUAH de Vida e de Amor.

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