Lenta e suavemente, a pedra começou a partir-se.
Partimos do nada para fazer História.
Ideias formadas e bem definidas por quem se deixou parar no tempo, alimentando-se de chavões e conceitos adquiridos numa infância há muito deixada para trás.
“O que o berço dá, só a terra tira”.
Em que lugar se situa o crescimento e o alimento que propicia esse crescimento?
Tradição?
Muita!
Estagnação?
Ainda mais!
E continuamos a alimentar-nos por crenças medievas, passadistas e construídas em momentos convenientes.
Igreja, instituição, toda poderosa que é, ela mesma, uma “verdade de fé”. Igreja, que nunca se engana, segura e situada acima de qualquer querela ou poder…
Igreja cadáver!
Claro que não a estou a afirmar como morta, estou apenas a tentar dizer que esta Igreja tem que se transformar em Corpo vivo, crescente e aberto à humanidade.
E é Universal, é de todos e para todos!
E reaprendi que este Corpo em linguagem bíblica, isto é, em linguagem do seu tempo, é uma realidade orgânica e comunitária e, como realidade orgânica, tem que ser alimentada.
Será que já ultrapassamos o tempo da infância e que aprendemos a alimentar-nos ou que necessitamos, ainda, que nos cheguem o alimento à boca?
Tantos: Será? Como? Talvez?
E a pedra, lentamente, começou a querer transformar-se em areia!
Um grão de areia, sozinho, não faz o deserto!
O deserto é mesmo um “corpo vivo”!
Daí que, sendo deserto, somos, mesmo, um Corpo, do qual todos queremos tomar parte… somos um corpo orgânico e não um corpinho que alimenta querelas, maledicências, desunião…
Sendo corpo orgânico, vivemos de olhos nos olhos e não de olhos voltados apenas para a frente. Vivemos em comunhão e na comunhão dos irmãos.
E aqui fez-se clic!
Viver em e na comunhão é deixar de ser ilhas cheias de saber e de sabedorias.
Lá diz o filósofo: “Fazer tábua rasa”, partir do nada e digerir tudo, mas de modo diferente. Dar o salto crescer e fazer-se ao Caminho.
Fazer-se ao Caminho já não isolados, mas em Corpo.
Corpo vivo e inteiro que se desloca no sentido do tudo, da plenitude, do Amor
Corpo inteiro que: prova e saboreia, recebe, experimenta e sente a força a pulsar dentro de si.
Corpo inteiro que se deixa renovar bem ao jeito daquele que faz Caminho em parceria, não abandona e enlaça de forma amorosa os que se deixam envolver e se entregam sem reservas, nem medos ou fronteiras…
2 comentários:
e Nós somos os grãos de areia do deserto que, todos juntos poderemos tornarmo-nos numa Rosa...do deserto. Bom ano
Andante, como me ouviste e apoiaste "naquele" dia...como me sinto mais leve, embora evidentemente "magoada"......muito, muitooooooooooo...
Mas a tua força é inacreditável...se calhar muita para os outros...e eu tenho sorte de ser uma dessas.....
Amo-te
Nini
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