20/02/2009

O baile do perdão

 

Chegaste de mansinho e instalaste-te. Eras nosso convidado e quiseste partilhar connosco a alegria da verdade.

Ah! Esqueci-me de trazer o “rol dos pecados”. Aquele que nos mostraram em pequenos e que pouco ou nada evoluíram com o correr dos tempos.

Os tempos que pararam na Idade Média e por aí ficaram estagnados.

E as ideias?

E as mentalidades?

De que forma e em que sentido evoluíram?

Continua-se a negar a verdade e o Amor!

É mais fácil deixar as escamas a tapar os olhos e permanecer no meio da escuridão mais negra e profunda de todo o ser.

Olhar com os olhos do coração!

Ver com os olhos da verdade!

Sentir a vontade subir, inquietar e incomodar.

Perceber que o “rol dos pecados” é a lista, cómoda, daqueles que continuam de olhos vendados e que não perceberam ainda que perdoar é ajudar a nascer, a re-nascer…

É a cura da cegueira que atrapalha e desfoca.

Quem pecou?

Ele ou os pais dele?

Há sempre um pecado!...

E lá se abre novamente a lista!

E fazes!

E dizes!

E não fazes!

E não vais!

E és capaz de…

Que ilusão de pecado!

O pecado é sempre a doença para a qual é preciso encontrar o antídoto que leva à cura.

A cura é o perdão!

A cura é o reconhecimento da doença e a vontade de a resolver.

“Os teus pecados estão perdoados”.

E a podridão da carne desaparece!

“Os teus pecados estão perdoados”.

E o paralítico volta a andar.

O surdo passa a ouvir.

O mudo começa a falar.

O cego vê.

Quantas vezes estou cega, surda, muda, coxa e leprosa?

Deixo entrar a sede da vingança e efectuo o pagamento com a mesma moeda.

“Os teus pecados estão perdoados”, dizes tu, de forma amorosa, bem ao teu jeito. Fazes-te próximo com o outro, caminhas ao lado e à frente, sempre que o “caminho” se fecha e o andar se torna demasiado penoso, quase impossível.

Pela primeira vez senti o perdão a actuar e a crescer de uma forma vigorosa e inexorável.

A mudança de atitude consciente de quem quer retomar o caminho, sabendo que as coisas não vão ser nada fáceis.

E tudo acontece em cadeia!

Em grupo/comunidade as coisas são mais sérias! É o compromisso perante um conjunto de companheiros e companheiras que querem trilhar o mesmo caminho, fazer a mesma viagem.

Sentimo-nos rodopiar e dançar até à exaustão, a dança da vida plena.

Nesta dança todos são bailarinos, todos conhecem os passos e… por vezes, lá vai mais um tempo fora do tempo!

A reconciliação em comunidade é a aprendizagem de um novo passo que permite evoluir no sentido da vida re-novada e re-conquistada. É a vontade de chegar a casa mais limpa e refrescada pela certeza de que estás atento e vigilante.



 

1 comentário:

Anónimo disse...

Companheira!!!...
:) :)