13/02/2009

Solidão!














O vento soprava agressivo e cantava a sua canção de força e de poder.

É neste assobio, ora forte e varredor, ora suave, doce e ligeiro que escuto a voz da esperança.

E os tempos são de tristeza, de desespero, de angústia e de ameaça.

E são de desistência, abandono e solidão.

Foi por aqui que parti para a catequese, para a vida, para o sonho.

Nós e os outros!

Nós em Igreja!

Nós em solidariedade!

Desiste-se de sonhar, logo, desiste-se de viver…

O calar da tormenta para a qual não se enxerga o fim. A cegueira do fim dos tempos e da escuridão!

E os dias eram escuros e cinzentos como a vida que se tornou escura e cinzenta.

A tormenta que, tal como o vento sopra desesperado, cresce e enche os corações e os sentidos de uma solidão intragável que lhes retira a capacidade de ver, de sentir, de viver.

E optam pelo caminho mais cruel, o caminho da desistência.

E chegaram as duas a casa do Pai.

Baixaram os braços e deixaram-se envolver pela escuridão.

De uns chega a estupefacção e a incredulidade.

- Uma vida boa e estável!

De outros a condenação.

- Pobres coitados que não sabem sentir o pulsar da vida de quem chegou ao fundo e não vê alternativa!

Para outros é a dor da perda.

- E estes são dignos de respeito, pois são os que mais sofrem.

Para elas acabaram-se as dores, os lamentos, as desilusões…

Como conclusão para a nossa catequese, surgiu o tempo da oração, não o da condenação.

Condenar quem?

Porquê?

 

Com a calmaria e a alegria do sol que sorriu e aqueceu os corações, também o corpo apareceu.

A família readquiriu a dignidade porque agora já pode fazer o luto e efectuar o enterramento.

 

Que a vida renasça e faça reacender a Luz da Esperança nos corações partidos pela dor.

 

Para elas a minha oração. 

 

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