24/05/2009

Rufus VIII


Que semana, Rufus.

Tantas dificuldades mas também tantas gratificações.

Foi uma semana que “mexeu” com os sentidos, com os sentimentos e que acabou de uma forma tão bonita!

Senti a liberdade traída, mas vivi a liberdade plena.

Não, não quero falar das dificuldades. Essas, Rufus, foram ultrapassadas pelas celebrações do final da semana.

Sexta, sábado, domingo…

Deveria ter estado com os jovens da paróquia. Vieram cá os missionários animar o encontro. Troquei-os para partilhar o meu, o nosso Baptismo.

No sábado deveria ter estado com os catequizandos do 10º ano no encontro que eles tiveram com os missionários. Troquei-os para testemunhar o Baptismo da Conceição e da Mariana.

O meu carro avariou! Fiquei dependente e não gosto nada…

Estive com eles à noite na Festa do Envio. Talvez amanhã te conte como foi.

Hoje, o P. Martinho celebrou cinquenta anos de sacerdócio, ao serviço do Pai, na construção do Reino.

Eu estava lá e fui testemunha.

Momentos emotivos e plenos de vida.

O P. Martinho conversou, sentiu-se “traído” por aqueles que lhe quiseram fazer a festa, mas gostou.

Como pode um homem de 74 anos conversar com tanta abertura e lucidez de espírito!

Vi nele um sinal amigo do amor do Pai. Sereno e atento, mas preocupado quando deve preocupar-se. Ideias que ofenderiam as mais altas esferas da instituição igreja, mas que apontam o caminho desta Igreja, retornando aos seus valores iniciais, não esquecendo que a família foi sempre querida por Jesus. Igreja de Homens, para homens e sempre com os homens.

Nas palavras que proferiu durante a homilia deixou transparecer a sua vida de missionário e a gratidão às raízes.

 

Mas… falemos do Baptismo.

Nem imaginas, Rufus, como me senti próxima de ti quando fizeste memória daquele dia. O dia em que mudaste de nome. O dia em que voltaste a nascer.

Ao mergulhares na água da piscina, sentiste a “limpeza” descer sobre ti!

A pureza da “alma”.

A acção do Espírito a actuar em ti.

A tua convicção a dizer o Credo e o teu compromisso perante os teus irmãos.

Sabes, Rufus, foi a atitude da Conceição.

Nesse momento, momento de todas as emoções, derramei algumas lágrimas, pois, com ela, também eu estava a sentir a água lavar-me, também eu proferi, em surdina o Credo, também eu me estava a comprometer perante a comunidade que, de braços abertos, me recebeu e onde iniciei o meu catecumenado, ao contrário. Eu fui aprender depois de em pequena me terem baptizado na mesma fé e no mesmo amor.

E sinto-me crescer a cada dia que passa.

Outro momento cheio de emoções foi o da partilha do Pão. A Conceição realizou um sonho de muito tempo, e chorou. O coração dela saltou perante a partilha do Pão Partido.

E a Mariana?

Ela estava muito admirada com o que se passava à sua volta.

O compromisso foi feito pela Inês e pelo Vasco.

Também eles quiseram viver com a comunidade este momento especial da vida deles e da filha que está linda!

Mas… a festa não estaria completa sem as crianças.

Vieram os gémeos que são um doce.

A Martinha que está grande, pudera, nasceu em Janeiro e, com ela, os pais e o tio.

A Ritinha, que já tem dois meses e dois pais orgulhosos.

 

Fez-se festa na terra e fez-se festa no Céu.


3 comentários:

mila disse...

Foi realmente indescritível!!!

Só mesmo nós que tivemos o privilégio de viver esta experiência, é que podemos na realidade saborear a grandiosidade deste acontecimento.

Olha sabes uma coisa Céu? O que me apetece dizer mesmo é que somos pessoas com MUITA sorte!!!... eheheheheheh.

Anónimo disse...

Andante, gostei de a conhecer melhor.

Foi uma festa linda e cheia de sentido. O Martinho está muito feliz. E toda a família.

Um grande abraço
Isabel


PS.Não foi minha intenção "traí-la"

Voltarei mais vezes, posso?

Andante disse...

Ó Isabel
Obrigada pelo carinho.
Neste canto trato todas as pessoas por tu...
Posso?

Beijos peregrinos