15/05/2009

Rufus VII


Sempre te chamei Rufus, pelo novo nome do teu segundo nascimento.

Quiseste voltar a nascer e disso fizeste memória para também nós tomarmos consciência disso.

A celebração em que tomamos parte foi o maior exemplo de que a tua opção foi a mais correcta. Tornaste-te Eleito.

E eu?

Pertencerei também ao grupo dos Eleitos?

Eu que faço muito pouco perante a enormidade que tantos fazem!

Eu não tive coragem de mudar de nome.

Sabes, Rufus, queria, mas… este está muito bem amarrado a mim própria.

Queria chamar-me apenas Maria.

Maria também me pertence, por vontade dos meus pais.

Maria porque é nome carregado de vida e de simbolismo.

Maria, aquela que e dá, aquela que enfrenta adversidades, temores e angústias.

Tu, Rufus, na intimidade de nós, intimidade de fé, podes e deves tratar-me pelo meu novo nome.

Os companheiros de Roma, ao mudar-te o nome, sabiam bem o que queriam de ti, sabiam o quanto tinhas para dar e o quão longe podias chegar.

Bendito Rufus que fazes abrir as comportas dos sentidos e permites que eu extravase os sentimentos, as canseiras e a vontade de crescer, não em estatura mas em sabedoria (deixa-me rir, Rufus, eu não cresço em altura, mas em largura… não sei onde isto vai parar…).

Rufus!

Nome estranho mas cheio de significado.

Vê só a responsabilidade que assumiste.

Simão de Cirene, judeu, comprometido, respeitador das regras e das leis judaicas.

Simão de Cirene, escolhido para carregar a cruz.

Simão de Cirene que foi tocado e se deixou tocar, que se tornou um dos Seus e iniciou um novo caminho.

O teu primeiro nome, que quase esqueceste, foi o nome dado pelo teu pai, romano de Óstia, adorador do imperador e de toda a plêiade de deuses que constituíam a tua religião.

Rufus, filho de Simão de Cirene.

Rufus nome que te é dado pelos teus irmãos de jornada.

Ainda não me esqueci que tinhas 15 anos, um jovem adolescente adulto, e foste tocado pela tua curiosidade.

Ao seres tocado por Xystus deixaste abrir, finalmente, os sentidos para a vida. “Effatha!”

E deu-se a explosão!

“Effatha!”

E o Espírito ocupou tudo o que era espaço.

E tudo mudou!

Deixaste-te tocar pelo sopro divino. Aquele que nos é relatado na Bíblia e que percorre toda a sua acção e narrativa.

O sopro divino que dança e volteia à nossa volta e quase nunca o queremos sentir, quanto mais entender.

Quando se manifesta fá-lo tanto pela brisa suave e refrescante dos cálidos dias de estio, como pelo vento que corre veloz e por vezes gélido dos dias mais cinzentos e frios de inverno.

E gosto de sentir-te!

E suplico-te:

- Diz ao que vens. Explica-me o que queres de mim. Toca-me como tocaste o Rufus.

Sabes. Rufus, também eu quero mudar e ser. Não, não quero ser mais uma. Quero ser.

À medida que vou “crescendo”, também tudo vai mudando.

Começo a perceber e a ver mais claro.

Tal como o sopro, também a luminosidade me vai invadindo, luminosidade, aqui, é a luz do saber para crescer, do interiorizar para aprender a amar.

Cada vez percebo melhor isto que é o crescimento interior. O meu crescimento em direcção à Sabedoria e ao Entendimento.

E, agora, percebo melhor isto de Re-Suscitar. Suscitar de novo por acção e vontade do Pai.

Sabes, Rufus, às vezes pareço “loura” (risos).

Pois, a cada dia que passa, sinto-me suscitar para algo muito bonito e tu és também responsalvel.

 

 

3 comentários:

mila disse...

Ai, este Rufus...
O que aprendemos com ele!

Ontem foi muuuuuito BOM!!! Caraças.
Ah! E o teu abraço também foi muito sentido!
Obrigade por ti companheira!

Anawîm disse...

Que encantamento delicioso é este jeito com que estás a viver este encontro com as memórias do Rufus...

Uma delícia...

Agradeço-te muito por ti
Um abração forte para ti

ca disse...

Amei suas memórias.
(loura-ihihih),foi d+.
Muito Bom .!!!