08/05/2009

Rufus VI


Ai, ai, ai, ai, Rufus.

“Esta notícia (da Ressurreição) não cabe em nenhum discurso religioso… explode com todos, obriga tudo a reformular-se!”

Em que ferida colocaste o dedo!

Sabes, como tanto gostas de dizer, “… isto muda tudo”.

Re-Suscitar! Suscitar de novo. Voltar à vida pelo Amor do Pai.

Esta Notícia torna-se mais espantosa por causa das condições em que o assassinaram. De forma odiosa e vil, como o maior dos ladroes ou assassinos.

Num momento de fraqueza e falsa piedade Pilatos quis salvá-lo das mãos dos judeus ele sabia que no meio daquela turba tal era impensável. Os sacerdotes e os homens de leis queriam a sua vida.

Sabes, Rufus, sentiam-se incomodados pela verdade e pela sabedoria.

Não se tinha ele colocado ao lado dos mais humildes e combatido os poderosos?

Esses não sentiram o peito a estalar pela Boa Notícia que lhes foi servida de forma gratuita. Esses apenas queriam castigo, sangue, vida.

Tinham tanto medo de Jesus vivo como morto.

Sim, Rufus, morto. Não tinha ele afirmado que ao terceiro dia se levantaria de novo?

Prevendo alguma trapaça pediram, mais uma vez a Pilatos, que pusesse soldados junto do tumulo.

Coitados!

Ainda viviam com um deus castigador e temeroso. Teimavam em não ver o Deus ABBA, Amor, Ternura e, deixa-me dizer, Compaixão.

O deus deles estava vigilante e à espera da primeira oportunidade para enviar mais um flagelo: guerra ou doença, que os castigasse de forma inclemente e poderosa.

Coitados!

Não conseguiram parar a vontade do Pai que “na energia do Seu Espírito” o suscitou e o trouxe de novo para a vida. Não é uma vida igual à sua vida terrena, teve que adquiri uma nova forma para que os seus o reconhecessem e acolhessem no seu meio. Tal era essa dimensão, que entrava e saía, embora as portas e as janelas continuassem fechadas.

Mas alimentava-se e fazia memória de muitas ceias os se fazia a “fracção do pão”. O pão para todos. O Pão que somos convidados a comer e a partilhar. O Pão que é Vida e dá Vida.

Mas… Coitados!

Voltando ao seu assassinato. Ele foi perpetrado por aqueles que se diziam santos entre os mais santos por cumprirem a lei. A lei que seguiam de forma cega, não lhes permitindo entender quão injusta ela era.

E temos os que julgam de uns lado e os que são julgados do outro.

Os que julgam seguem a lei de forma cega e aplicam-na sem apelo nem agravo.

Os que são julgados são aqueles que, por qualquer motivo, atropelaram a lei.

Será que é sempre assim?

Claro que não!

Jesus estava sentado do lado errado, isto é, estava sentado no banco dos réus e isso muda tudo. Neste lugar ele atreveu-se a juntar mais um elemento para a sua condenação. Atreveu-se a julgar os senhores da lei, os juízes. A partir do seu lugar comanda e aponta os erros.

Condena?

Penso que não! Então ele não é a personificação do Amor do Pai?

Ao sentar-se no banco dos réus tornou-se réu e assumiu a atitude da compreensão e revolta de todos os injustiçados e condenados de todos os tempos.

Passados e futuros.

O réu juiz que incomoda os juízes e justifica todos os outros.

E derrota o mal e o poder.

E liberta-nos, a todos, da servidão, como Deus, servindo-se de Moisés, tinha libertado toda a multidão da servidão do Egipto.

Sabes, Rufus, governava o Egipto o grande faraó Ramsés II. Ao deixar sair este povo ele sabia que iriam atravessar um período menos bom. Tentou tudo!...

Não conseguiu!

Adonai estava com eles.

Foi a Sua força contra a força do faraó.

Jesus conhecia as Escrituras e sabia bem a história da libertação destes escravos que não eram um povo mas que quiseram constituir uma nação.

Jesus, tal como o Pai, colocou-se do lado dos mais fracos, dos oprimidos e sofredores.

E perguntas-me:

Quem é este Jesus?

É um Homem rebelde e generoso, irreverente e coerente.

E vai por aqui a minha admiração.

E tento copiá-lo na rebeldia e na generosidade, na irreverência e na coerência.

Tento, digo bem, porque seguir-lhe as pisadas mas vacilo e tremo de medo. As consequências deixam-me apavorada.

Mas continuo, não desisto.

Diz o ditado que “desistir é próprio dos fracos” e eu vou enfrentando os meus medos e lutando contra as possíveis desistências. Os meus medos são bem reais.

Então aproximo-me mais de Jesus e do Pai e confio-lhes tudo o que sou e o que quero ser.

E esta confiança dá-me novas energias e nova vontade de enfrentar os méis “castelos de areia” que vão tombando como castelos de cartas. Reabrem-se as portas da alegria e da confiança. Emerge uma grande vontade de ir em frente e dizer novamente:

Estou aqui ao Teu serviço e ao Teu dispor.

Mais uma vez te digo, Rufus, Jesus da galileia mudou tudo e quanto mais o conheço mais me apetece conviver com ele e dizer-lhe como tu que estou disponível para O seguir, para O ouvir e para O espalhar na minha missão de catequista/missionária.

Ele tocou-me e eu deixei-me tocar.

2 comentários:

mila disse...

A mim também!

carmem disse...

ai,ai,ai! digo eu tbém.
me toca e sou mais feliz.
grçs.