07/07/2009

X + Esperança = Mudança III


Para que serve acreditar?
Essa é boa!
Para que serve?
Então eu não acredito?
Acredito nos valores, nos sentidos, nos outros.
E tu dizes: “Homens de pouca fé!”
Então… o que é acreditar? O que é a fé?
O que nos incutiram e por vezes tentamos incutir é muito pouco. Podemos chamar-lhe “fezinha” ou “fezada”. É esta a fé que tem percorrido e escorrido de nós, os que dizemos acreditar.
Então… para que serve acreditar?
Em quê?
Para quê?
Bolas! São tantas as perguntas que começo a estar trocada e com os fusíveis a estalar devido à sobrecarga.
E chegam as mediações.
Acreditar não é, para mim, um caminho de cega, levada pela mão de um cão-guia. Tenho “fé” no cão que não me deixa escorregar para o buraco do caminho ou para o precipício que está ali mesmo, à minha frente. Acredito na sua subtileza e sinto-me segura, porque tenho confiança.
Então, quem assume o papel do cão para me limpar das escamas que me cegam?
As mediações comunitárias em que o Espírito nos segura pela trela e nos “obriga” a seguir pelo caminho certo.
O Espírito que se fez em comunidade e na comunidade para nos ensinar uma nova linguagem. A linguagem da fidelidade. A linguagem do encontro.
E voltas a lembrar-me as palavras mágicas:
Segue-me.
Este “segue-me”, implica uma mudança da roupagem interior que se acomodou e deixou de se incomodar. Uma roupagem do saber feito e adquirido e que são definitivos, isto é, para sempre… Uma roupagem velha que de tão usada ficou coçada e rota.
E tu vais dormindo sossegado, deixando todo o trabalho para os outros. A confusão está instalada no meio deles e no nosso meio. Medo e desconfiança que geram tempestades violentas.
E tu devolves-nos a confiança.
A confiança que o bebé deposita na mãe.
A confiança que também pode ser chamada fé.
Então… para que serve acreditar?
Acreditar é confiar e entregar-se.
Em quem pode ou sabe mais?
É que eu recuso-me a perder, a perder-te. Sabes, perder-te é negar-te e, sobretudo, negar-me.
E tu és um luxo!
És um luxo porque chegaste através da pessoa certa, no momento certo. Afinal não estavas a dormir…
E deixei de ser um mono que só estorva e dá trabalho…
Deixei de olhar, apenas, para dentro e aprendi a ver com os teus próprios olhos.
Tu que és gerador de confiança e de amizade.
Só se confia quando se ama e, eu, confio em ti.
Quando aprendi a confiar em ti, senti que tudo mudava.
E mudava para melhor.
Agora tenho uma grande necessidade de te reacender, porque descobri e aprendi a conhecer-te melhor.
Se pára, por um percalço qualquer, a hora do recomeço vai, com certeza, ser diferente.
Os passos terão que ser mais firmes e mais confiantes.
Não foi isso que me pediste?
Não é isso que queres de mim?
E já não vou recomeçar do nada, porque já te descobri e já sinto fome do teu alimento.
Já amadureci e não vou poder voltar a estagnar. Isso seria negar a nossa relação.
Assim, posso dizer-te que acreditar é sentir, amar e viver.
Acreditar é um luxo que tu me concedeste, porque me convidaste a seguir-te e a confiar sem reservas.

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