
Jesus saiu por aí a passear e deixou-se encantar pela vida agitada e buliçosa que foi encontrando.
Também ele quis “dirigir” o seu carro. Não lhe interessava um carrão daqueles que dá nas vistas e atrai o olhar dos invejosos e obcecados pelo ter que confere “poder”. Não, o objectivo dele era passear-se pelo meio da multidão e passar despercebido.
Quis um carro de “serviço”, utilitário e económico. Um carro que “passasse pelo meio da chuva” e não fizesse grandes ondas.
Ao entrar no seu “carro”, o da vida, sentiu, tal como no seu tempo, a angústia pelo medo incontrolável que obriga a uma existência atormentada.
E também tomou o pulso à sociedade que o acolheu, que lhe deu o ser e o deixou abraçar a existência.
E tornou-se pequenino entre os pequeninos, isto é, entre os mais humildes e os mais desprotegidos.
E sentiu dificuldades.
E viveu angústias.
E sentiu a rejeição social.
E aprendeu na escola da vida.
Contudo, mais uma vez, não veio para criar riqueza nem para colocar na “lama” os poderosos. Esses enterram-se a si mesmos sem necessitarem da ajuda de ninguém. Esses continuam com falta de tempo para dar atenção a quem quer que seja, pois estão do “alto da burra” a controlar tudo e todos. Continuam a encher os bolsos, trepando por caminhos ínvios e esconsos visto que estão permanentemente insatisfeitos, não olhando a meios para atingir os sues próprios fins.
Jesus colocou-se no meio de nós bem ao seu jeito. Veio provocar, não a revolução política ou social, a revolução interior. Não veio em busca de glória ou poder. Veio, para mais uma vez, provocar a reconciliação das pessoas consigo próprias, de modo a saírem de um estado depressivo que estigmatiza e amarfanha, tornando a mente tacanha e mesquinha.
Desta vez ele não curou ou deu vista.
Desta vez ele convidou, novamente, para o banquete.
Só vieram os que têm tempo…
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