22/03/2010

Tantas mesas!

Mesa esteira
Mesa refeição
Mesa palavra
Mesa do sacrifício/vida
Enfim, mesas de e da festa.
Mesa reunião
Mesa alegria
Mesa partilha
Mesa reconciliação
Mesa de e da vida
Tantas mesas!
A mesa da família que não tem fim!
A mesa dos que gostam de viver e dos que sabem viver
E vivem a história que aconteceu e está a acontecer. A história de um povo a caminho e que se faz caminho. A história do hoje que foi ontem e que olha para todo o seu passado de forma saudável e embevecida pelo saber acumulado da construção dos milénios.
A vida que é o que foi.
A mesa da vida com todo o seu saber ancestral construído pelo passar dos dias.
E segue de costas para o futuro porque a história da família faz-se no passado.
E entra-se na dinâmica da vida que se constrói a cada passar de segundo que já é história, porque é passado.
Abrem-se fronteiras, estabelecem-se laços e desnudam-se as diferenças, as vivências e os saberes.
Acontece a lógica do Espírito que não deixa ninguém indiferente.
A indiferença é a doença dos fracos. É o mal dos que atravessam a vida sem objectivos, apenas falando em direitos. Os deveres são dos outros! Eu só tenho direitos: a praticar a injustiça e a libertinagem. A liberdade mal formada e sem muros a travá-la. A liberdade dos tristes.
E vão surgindo os sinais da mesa:
Pão
Vinho
Água
Luz
E todos são convidados…
A mesa total e a mesa global
A mesa onde o Amor se plenifica
A mesa onde tudo começa e acaba.
Todos são acolhidos e são servidos. O pão nunca acaba. Então, a mesa que sacia e é fonte de vida. Esta mesa é para todos e não apenas para alguns. É que os que são convidados quase nunca têm tempo para estar e saciar a fome de saber, a fome do acontecer, a fome de crescer.
A mesa que é sabedoria.
A mesa que está disponível para os que se deixam levar e conduzir sem reservas.
E começa a dança.
O condutor é o Senhor da Vida que serve as entradas e convida a fruí-la como se nunca mais tivesse fim.
Pois, a dança não termina!
Começou e os volteios não cessam de acontecer e de fazer festa. É uma festa com experiencias muitas vezes sofridas e dolorosas, mas é uma festa.
E nesta festa vai acontecendo libertação das amarras do dinheiro e do fazer acontecer para acontecer mesmo.
No fim da refeição já nada é como antes:
• Houve experiência de família que se reúne para viver a vida com o Pai
• Houve muita paciência e carinho para que tudo se tornasse novo
• Houve acolhimento àquilo que cada um é, isto é, respeito pela diferença
• Houve rupturas com um tempo e uma rotina instalados que amordaçam e tolhem os passos e os movimentos
• Sentiu-se a esperança de um renascer para a vida nova que conduz ao Homem Novo.

1 comentário:

Andante disse...

Quero neste espaço homenagear o meu antigo director, o P. João Carlos, que chegou a casa do Pai.
Vou sentir saudades, mas sei que se fez festa pela chegada de mais um "filho pródigo" e que foi acolhido na maior das felicidades e alegrias.
Bem-haja P. João por me fazer sentir viva e por tantas vezes me ter puxado as orelhas. É assim que se constrói o amor que nos une ao Pai que é ABBA