17/11/2006

Que semana!

Que semana Pai Santo!
Participações, participações, participações!
Desculpa a grosseria, mas apostei no cavalo errado.

Sucedem-se as queixas, as faltas disciplinares, os processos disciplinares.
Está a ser duro, bem duro, Pai Santo.
Elaborar processos, juntar todos os dados, sanções a aplicar...
Tentei a confiança.
Tentei a cumplicidade.
Tentei a voz materna.
Tudo falhou!
Como agir, Pai Santo?
Servir de intermediária com a família.
Sucedem-se as queixas e as acusações tanto de alunos como de encarregados de educação.
Tão mal conhecem os filhos!
Esquecem-se que em grupo tudo é diferente.
É tão difícil estar de todos os lados, Pai Santo.
Conversei contigo, pedi-Te ajuda e, nestes momentos de grande aflição, Tu permaneces calado.
Eu sei, Pai Santo, que continuas comigo e me dás a liberdade de decidir e de agir com discernimento, mas a paciência começa a faltar.
Os colegas estão intransigentes e deixaram de contemporizar com as situações, muitas vezes assumindo atitudes tardias e fora de contexto.
Como continuar do lado deles, defendê-los e não desautorizar ninguém?
Também eu, Pai Santo, tenho tomado algumas atitudes de que me envergonho, mas o papel de directora de turma assim o exige.
É tão bom ser professora e tão difícil ser directora de turma.
A bola está sempre do meu lado e se chutar magoo.
Magoo-os a eles e magoo-me a mim.
Hoje, ouvi-os. Expuseram tudo e falaram, falaram, falaram.
Eu ouvi com muita atenção e, no fim, tomei a palavra.
Voltei a explicar as regras do jogo e eles entenderam-me muito bem.
Reafirmei a minha vontade férrea em acreditar.
Bem, Pai Santo, vou esperar par ver, na certeza, porém, de que na próxima semana algo de muito desagradável irá acontecer.
Só espero que não aconteçam suspensões da actividade lectiva. Isso seria a medida mais drástica e aquela que ando a tentar evitar.
Ajuda-me, Pai Santo, a dar respostas válidas a todos os seus anseios e a compreendê-los sempre mais e melhor...
Ainda faltam as respostas dos pais e, esses, já começaram a pôr as garras de fora, sempre contra nós.
As dificuldades vão continuar.
Conto contigo, Pai Santo, para entoar o cântico da tolerância, da compreensão e do amor que lhes dedico.
Tu sabes, Pai Santo, como gosto deles!

3 comentários:

Anónimo disse...

Do mesmo mal me queixo eu... cada vez mais os alunos indisciplinados,malcriados enfim....montanhas de santa paciência.
Esta semana até uma aluna bateu na mãe,ao que chegámos!!!
Já se efectuaram várias expulsões.
Por vezes questiono e pergunto que futuro terão estes jovens?...
O pior é que ambiente contagia o meio escolar.Já tudo anda cansado,desmotivado e farto.
Muitas vezes sentimos que estamos a remar contra a maré,aqueles que puxam para que tudo se torne harmonioso.
Compreendo que o mal não é deles,mas sim de uma sociedade que inverteu todos os valores fundamentais e essenciais do ser.
Santo fim de semana e abraços...

Andante disse...

Concordo contigo Eremita.
Inverteram-se os valores e já nada é como deveria ser.
Dói muito ouvir, cá em casa, dizer que a culpa é dos professores.
Só que vive a realidade da escola é que consegue perceber o quanto se sofre com estes dislates.
Aqui não se expulsa, suspende-se.
Continuam a não entender...
Ainda não perceberam que não saõ expulsos mas, ... , o limite de faltas, mais uma dá exclusão da actividade lectiva.
É isto que eu estou a evitar.
As minhas avezitas até nem são malcriadas! São, isso sim, inconsequentes, faladoras e perturbadoras. Mas isto não ajuda ao bom desempenho tanto de professores como de alunos.

Quando me falam deixam-me derretida, mas não podem sequer desconfiar senão, fica o caldo entornado...

Uma boa semana no meio dos Índios.

Beijos peregrinos e andorantes.

J disse...

Peço Te Pai Santo que ajudes a Andante nesta altura, que estejas sempre presente nas suas decisões e que a bola que ela chuta seja bem chuatada para marcar pontos.

Um grande beijinho