30/06/2008

A Festa



Ontem fui à "Festa"!
Não, não fui ao S. Pedro da Afurada.
Fui a uma festa carregada de sentido, de vida, de trabalho e de muito amor!
Fui ao recital de encerramento do ano lectivo da Escola de Dança Ginasiano. Prolonga-se até ao final d
a semana e, para os que conseguirem arranjar bilhete, desafio-vos a entrar nesta verdadeira festa dos sentidos.

Já aqui falei desta escola, a propósito do Dia Mundial da Dança e do espectáculo soberbo que nos presenteou, para assinalar mais um dia de...

Mas... voltemos à "Festa".
Logo que as luzes se apagaram senti-me catapultada para outras paisagens, para outros tempos, para outros locais.
Começou por ser diferente pelas vozes e pela música.
Ao contrário da orquestra, tivemos música tradicional portuguesa.
A cultura popular associada à cultura de palco.
Cuidada, trabalhada, suave e agressiva.
Viajamos, ao longo de mais ou menos uma hora por todo o Portugal, tendo mesmo atravessado o
mar até aos arquipélagos perdidos, mas não esquecidos, no meio do oceano.
O palco foi atravessado por quadros diferenciados que entraram no quotidiano mais ou menos distante daqueles que forjaram este país tão pequenino e que, quando se esforça, se torna brilhante, competindo, a nível cultural, com os "tubarões" da cultura internacional.
Desde a conspiração ao casamento minhoto houve de tudo.
Brincou-se muito, mas muito a sério.
Pegando em canções tradicionais, lavou-se na "água fria da ribeira", bisbilhotou-se, pela boca das beatas, não podiam faltar, trabalhou-se a terra, que dá o pão e o vinho que alimentam e alegram, ao som do "milho verde" e ensaiou-se o baile de casamento, na aldeia minhota, em que alguns espectadores, homens, se tornaram corpo de baile desta imensa festa.
Ouviu-se e cantou-se fado.
Zeca Afonso
Amália
Que saudades!...

No final reflecti na vontade de fazer e fazer bem que se vive nesta escola.
Reflecti sobre a minha escola, onde impera o facilitismo, a agressividade e o Dolce non fa niente de quem não enxerga o horizonte, nem sente qualquer vontade de construir a vida.

Pensei, com ternura, na Marianita.
Pensei que gostaria de vê-la, daqui por uns anitos, a evoluir no palco com a mesma graciosidade de todas aquelas flores que me encantaram e me deixaram cheia de vontade de ver e rever este espectáculo, antes de se "esconder" definitivamente na memória daqueles que tanto deram de si para que, depois de sonhado, tenha sido concretizado.

Obrigada pelo convite!
Obrigada pela "Festa".
Obrigada por vós.


Ah! Já me esquecia de dar uma informação.
O espectáculo pode ser visto e admirado no Auditório Municipal de Vila Nova de Gaia.


4 comentários:

Paulo disse...

Tanta coisa que dissseste...no meio da Festa, que me pareceu ser mais do que uma Festa.

Anawîm disse...

hmmmm que delícia...

Anónimo disse...

Ainda bem que gostou. Realmente, este espectáculo é fruto de muito trabalho. Mas valeu a pena :)

Anónimo disse...

"A Festa", 92.391 km² de tradições, costumes e cores !

Infelizmente, ainda não tive oportunidade de ver do principio ao fim, por uma unica razão, participo neste espetaculo e não tenho televisão no camarim ! :)
Este espetaculo toca sobretudo na infancia dos espectadores, ainda bem que gostou !
Obrigado pelo texto, já está a ser divulgado pelos alunos do Ginasiano!
Obrigado,
João Dinis Pinho.