25/07/2008

Amanhecer!

Fiquei com os ciclos trocados e os ritmos alterados.


Isto de levar uma anestesia geral traz sempre consequências. Esqueço-me do que estou a dizer a meio de uma frase e não me foi diagnosticada a doença de Alzheimer. É um sarilho! A pancada foi grande mas não doeu. Senti-me a fechar as pálpebras, de tão pesadas que estavam, e quando acordei estava um príncipe junto de mim. Não sei como se chama, apenas sei que é um ano mais novo que o meu filho. Tinha, junto de mim, a função de me pôr a falar para avaliar a coerência do meu discurso. Viu que não estava trocada e, ao fim de uns minutos mais ou menos longos, deixou-me sair da sala de recobro. Nunca mais me lembrei do rapaz, pois apareceu-me pela frente outro rapaz que é um tesouro: o meu filho! Logo de seguida vi o meu marido e, pude descansá-los, viram que eu estava bem.


Os problemas com os ritmos alterados começaram então.


Pensava eu que iria dormir na paz dos anjos, mas qual o quê? Passei a dormir pouco ou quase nada. Compensa-se durante o dia…

Já lá vai uma semana e a situação teima em persistir!

Ainda bem!

Já tinha acontecido antes, mas esta madrugada fixei-me nos sons que chegam da noite.


5 Horas. Ouve-se um chilrear intenso!

Uma casa em frente da minha tem uma palmeira grande e frondosa que acolhe dezenas de famílias. Mal o sol quer despontar e alegrar mais um dia, as inquilinas da palmeira iniciam o seu pipilar alegre e despreocupado.

É ouvi-las a saudarem-se e a saudar a aurora.

Dormem com o anoitecer… acordam com o amanhecer…

Sabe bem escutá-las, como que a programar as tarefas diárias: limpeza do ninho, e a tarefa cabe tanto ao macho como à fêmea, busca de alimento, abrir a escola familiar para ensaiar os primeiros voos, enfim, tudo aquilo que faz parte do quotidiano de uma família feliz, comprometida e cooperante.

Uma hora mais tarde deixei de as ouvir.

Estava cada uma “entretida” com a sua própria tarefa, determinada pelo relógio biológico e sem interferência de mecanismos que são saborosos mas que nos condicionam a vida.

E pensei.

Andamos sempre atarefados, num corre-corre infernal, e esquecemo-nos das coisas boas que a vida nos oferece, impedindo-nos de escutar os sons que nos rodeiam, de ver as coisas boas que nos rodeiam e de amar os que estão sempre junto de nós, esgotando-os e esgotando-nos com coisas sem sentido e que, com alguma serenidade e discernimento, nos consomem até à exaustão.

Parei para agradecer a Alguém que me permitiu desfrutar destes prazeres tão simples e tão esquecidos no dia-a-dia.

3 comentários:

Alma Rebelde disse...

Silenciosa,mas tenho-a acompanhado na sua jornada exaustiva,em sintonia com o nosso Pai maravilhoso,que tanto nos ofertou para contemplar e, nós andamos tão preocupados com mil ninharias ,como de diz na gíria não interessam nem ao Menino Jesus...rsr
Há momentos magnifícos ,continue atenta...
Abraços fraterno

Anónimo disse...

BOA TARDE, QUERIDA AMIGA:

Um beijinho de solidariedade.

Nem sempre a recuperação é rápida...
Que " dormir na paz dos anjos " seja a próxima conquista.

Desta amiga um grande beijinho.
MF

Anónimo disse...

Querida Andante, voltei cá.

Até o chilrear dos passarinhos foi motivo de oração! Afinal Deus está onde O deixamos estar...


"Yeshuah proclama, numa nova linguagem, longe da austeridade do deserto, num estilo de vida festivo: O Reino de Deus já chegou,
está próximo,está aqui!"
( blogue anawim,26 Julho 2008 - só falta a musiquinha)


Temos um Deus alegre e que só nos quer ver felizes.


Envio este DOCINHO para si. Tambem o foi para mim.



Amanhecer, passarinhos, criação, Reino de Deus... TRANSPORTAM - NOS ao amor de Deus em nós e para nós... - Vivências do 1º fds Julho 08...



MF