Estavas tu, Jesus, a caminho, pelas quatro da tarde.
O tempo escorria apressado, com muita, muita pressa, os ponteiros rodopiavam num frenesim, mas nós continuávamos nas quatro da tarde.
Não foi o que nos pediste?
Falaste de confiança, de respirar: inspirar-Te e expirar-Te já renovados
O fascínio estava a crescer, o Teu poder de atracção não cessava de aumentar, pois entraste, sem qualquer resistência, no mais íntimo de cada um.
E encantaste!
E seduziste!
E provocaste!
E possuíste!
E fizeste doer!
Claro que é um doer gostoso, sereno e amoroso.
Tudo isto para te dizer que te apoderaste de mim e plenificaste-me em Ti.
E disseste a Nicodemos: Tens que nascer de novo.
Este é um nascer/renascer constantes pois, isto, faz-se de avanços e recuos. Sinto que são mais os recuos que os avanços.
E Tu sabes!
E Tu confias!
Apostas em mim como Tua seguidora que nem sempre consegue dançar o tango a dois, que o faz de forma atrapalhada e trapalhona.
Dizia um amigo que conheci por estes espaços que era necessário e importante dançar o Tango do Aleluia. É este que melhor sei dançar, deixando-me rodopiar e voltear nos Teus braços de Amor simples, doce e infinito, as mais das vezes com o peito a estourar de dor, de raiva, de sofrer. E fazes doer! Dói e cansa ser o que não se quer, dizer o conveniente e, quantas vezes, chorar o que não se quer.
Propondo-me um exercício, claro que também o propôs aos outros companheiros, e éramos mais de sessenta reunidos para falar de Ti, do Reino, da Paz, da Sabedoria, do Amor, o Rui fez-me ouvir um novo desafio.
Novo não, já mo tinhas feito por outras vezes.
Segue-Me!
Este não é mais um ir atrás. Este é um ir ao lado, mas, as mais das vezes, um ir à frente.
Isto é difícil, pois mandas-nos dançar em cima do arame, qual funâmbulo, sabendo que a rede foi retirada e estás por tua conta e risco.
Segue-Me!
Já conheces parte do caminho, constrói o que falta.
Terra, macadame, paralelos, alcatrão.
És tu que os constróis!
És tu que o vais andar!
É o teu caminho!
Agora, vai.
Confia, ousa, atreve-te e vais sair mais rica e mais completa.
Sabes, o Caminho não é nada regular nem certinho.
O Caminho tem calhaus, grandes e pesados, que tens que colocar na berma para poderes continuar…
O Caminho tem rios e riachos e tens que saber nadar…
O Caminho tem chuva, lama, neve escorregadia e muitos buracos, alguns são verdadeiras crateras, para contornar e encontrar soluções para saíres de cabeça erguida e, as mais das vezes, com a boca sedenta, pois apenas conseguiste refrescar-te com as lágrimas bem salgadas que desciam como torrentes dos teus olhos.
E disseste-me:
Amo-Te!
Confia!
Parece, mas não estás só!
Entrega-te!
Tens O amigo do teu lado!
O Amigo que já dançou o Tango do Aleluia e estava só.
Tu não!
Tu tens-me do teu lado a velar com muita ternura e muito encanto pois não és mais uma, mas a única.
E dizes ABBA, Pai
E ensinas-nos a falar com Ele que é o Senhor do Universo, convidando-nos a fazer parte e a tomar parte na cosmofera/teosfera.
Cheguei confiante e deixei que o tempo voltasse a fluir e, lentamente, ao Teu jeito, que saísse das quatro da tarde.
Maria, Rui, Fernanda, Marques, Susana, Jorge, Sandra, António, Mónica, Inês, Vasco, Mariana, Paula, … tantos companheiros e companheiros que se fizeram ao caminho durante o fim-de-semana, não consigo dizer o nome de todos, e deixaram-se envolver pelo abraço amoroso deste Jesus de Nazaré que nos acolheu pelas quatro da tarde…
Agora?
Vá lá, a caminho, que havemos de nos encontrar!
3 comentários:
Havemos de nos encontrar?! então separámo-nos?! Nós estamos a caminho e sempre em comunhão. lembras-te? " não separe o homem o que Deus uniu".Fomos unidos pelos laços do Espirito e acredito, muito sériamente que, dificilmente algo ou alguém nos poderá afastar uns dos outros. É umja comunhão muito forte a que nos une..... Um abraço companheira e muito obrigada por tudo e principalmente por TI! Maria Correia
Sim, havemos de nos encontrar. Mesmo estando ligados e em comunhão, unidos pelos laços do Espírito, sempre unidos, cada qual terá que fazer o seu próprio caminho, é certo que de mãos dadas, mas sozinho e em comunhão.
Será, será que me fiz entender?
É esta a preocupação constante e incessante do Rui: fazer-se entender, ser claro de modo a que a mensagem não se perca.
o Caminho, em comunhão, é um acto solitário que, como disse, tem avanços e recuos.
Para Ti, Companheira, um grande beijo peregrino.
Entendes porque sou peregrino e andante?
Que duas aqui se encontraram, EHEHEHEHEHEHEH!
Acho que só faltava mesmo eu para o "quadro" ficar composto.
OBRIGADO POR TI, COMPANHEIRA.
SHALOM
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