18/05/2010

cinquenta anos

Apesar da minha manifesta falta de tempo que me tem assolado nos últimos tempos, arranjei, agora, um bocadito, está quase a terminar, para dizer olá, estou aqui e não esqueci nada do que me move e é bom para uma grande comunidade de gente bonita que está a fazer uma caminhada pascal intensa e viva.

Passaram no sábado cinquenta anos sobre o dia em que, com dez anos, um grupo de crianças fez a sua profissão de fé.
Por vontade e dinamização de três companheiras, juntamo-nos na Eucaristia das sete, na igreja que nos acolheu para receber o Baptismo e nos Confirmar na Fé, e numa celebração singela demos graças.
Vieram cerca de trinta que prolongaram a noite por um jantar convívio.
Não estive presente no jantar por motivos familiares.
O grupo dinamizador pediu-me uma oração de acção de graças que passo a transcrever:


Disseste-nos na 1.ª leitura: “Sede minhas testemunhas em Jerusalém e em todo o lugar, até aos confins da Terra” (Act 1,8)
Foi isso que te prometemos há cinquenta anos. Nessa altura, com uma assem-bleia bem diferente, viemos assumir, pessoalmente, o compromisso que os nossos pais e padrinhos tinham assumido por nós, no dia do nosso Baptismo.
Éramos muito novinhos mas já começávamos a perceber o sentido das pala-vras e do caminho da fé.
Alguns de nós tornámo-nos catequistas.
Assumimos o papel de missionários e transmissores de uma vivência à seme-lhança da tua, para chegarmos ao Pai.
Estes cinquenta anos foram de vida vivida, ora intensamente, ora mais desgastada, pois nada é linear. Vida de alegrias, tristezas, preocupações, mas vida com sentido de Ti que, como irmão mais velho, foi sendo trilhado nos caminhos da rectidão.
No final da Eucaristia queremos:
• lembrar-te os que já chegaram a casa e estão a festejar connosco, junto de Ti, onde cabem todos os que partiram. Alguns ainda estiveram pre-sentes há dois anos, quando nos juntámos pela primeira vez.
• fazer renascer a alegria do encontro. Encontro que não é um fim, pois sabemos que continuas presente a agitar os nossos corações e a ale-grar as nossas vidas, muitas vezes doídas.
• falar-te dos nossos pais e padrinhos que se responsabilizaram por nós e pela nossa formação.
• lembrar-te, ainda, os nossos familiares, os que já chegaram a “casa” e os que ainda partilham vivências quotidianas do dia-a-dia.
• falar-te dos nossos companheiros ou companheiras e dos nossos filhos.
Não podemos também esquecer a Mãe.
Mulher que acolheu sem reservas a vontade do Pai
Mulher dom,
Mulher palavra,
Mulher silêncio,
Mulher sofrida.
Quantos de nós, por vezes, esquecemos o exemplo de Maria?
Maria que se entregou e entregou tudo o que tinha, o Filho.
Maria que sofreu e se fez vida.
Maria símbolo de mulher e de mãe.
Queremos agradecer-te, Mãe, por nos ajudares a sermos mulheres e mães e a receber-te como modelo para a nossa vida.
Assim, no final desta Eucaristia de Acção de Graças, e depois de falar da Mãe, queremos mostrar-te a nossa gratidão, Pai de Jesus e Pai nosso, por, através do Teu Filho muito amado, teres caminhado sempre connosco, levando-nos muitas vezes ao colo. Todos cabemos nesse regaço que é Vida e é Amor.
Queremos agradecer-Te o teres propiciado mais este encontro em Igreja.
Não era aqui que nos devíamos reunir?
Queremos dizer-Te o nosso obrigado e mostrar-Te também o nosso carinho.
Queremos dizer, como Jesus disse, ABBA/Papá! com toda a ternura que a palavra acarreta e toda a verdade presente nos nossos corações.
Queremos agradecer-Te a disponibilidade do P. Baptista que acolheu a ideia de braços abertos. Sabes, sabemos que muitos poucos se lembrariam de vir agradecer-Te todo o tempo passado no mesmo templo que os acolheu há cin-quenta anos.
Obrigada também pela Rosa, pela Sofia e pela Berta que dinamizaram este reencontro.
Obrigada!

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