14/11/2010

retiro 1


A liberdade de sentir-se livre
Tomei a liberdade de me libertar.
Então, pés ao caminho pois já tarda a libertação que conduz à felicidade…
Vem Espírito de Deus sobre mim…
Ajuda-me a perceber os caminhos não andados, os caminhos que conduzem até ao Pai. Pai que acolhe e faz a festa sempre que volto a casa de coração limpo de teias de aranha que, sem “amarrar”, tolhem e limitam tanto os gestos como os pensamentos. Ideias que param de fluir e crescer no sentido de deixar-se invadir pelo Amor que irradia e aconchega.
E acredito!
Credo!
Credo!
Credo!

Com que espírito é que chegas?
Tu, ser pessoal que e tens e continuas a fazer história.
Tu que te recusas a ficar estático à espera da resposta que muitas vezes nem chega a acontecer.
Tu e o teu movimento contínuo que desmonta esquemas pré-definidos por homens que só te querem ver de dedo esticado e acusador a amedrontar e a dizer de forma constante: pecadora! pecadora! pecadora! e a palavra vai-se repetindo e perdendo, qual eco que limita e se limita.
Vem Espírito de Deus e cai sobre mim…
Prometo-te que me deixo abrir aos teus encantos e à alegria de ser mudada, porque quero mudar.
E a vida vai acontecendo!
E vai acontecendo porque Tu crias.
Crias o alimento.
Crias a bebida.
Crias a cura.
Tu, que muitas vezes pareces distraído, vais acontecendo e fazes acontecer.
Tu. Espírito de verdade e da verdade que estás em união fraterna comigo própria.
E vai crescendo a vida que se faz, que se sente e que emana de modo a gerar mais vida, mais alegria, mais vontade.
Vem Espírito de Deus…
E neste constante devir de um Pai que também é Mãe, temos a atenção e as preocupações de mãe, temos Jesus.
Homem com necessidades semelhantes às minhas.
Homem que caminha sem cessar pois tem pressa de dizer que foi o Pai que o escolheu e não o pode defraudar.
Jesus, filho pródigo, que disputou tudo com o Pai e, mesmo assim, voltou a ser acolhido e recolhido por Ele no meio da festa do reencontro que é o perdão.
Perdão vs renascimento
Perdão festa da festa, festa da vida com sentido, festa do nascer de novo.
E chega o Espírito que pelo Pai e pelo Filho se diz a si mesmo.
Jesus, profeta do acolhimento é usado também para dizer e diz-se a si próprio.
Então, o Deus uno que se conduz ao jeito de Jesus, é Pai e conduz Jesus ao seu jeito.
E chega o Espírito que vai crescendo e rodopiando como o vento que é a vida que flui do Pai e do Filho e sopra quando quer e onde quer.
E temos uma família de três pessoas unas e indivisíveis: PAI, FILHO e ESPÍRITO que é santo.
E chegas como um Tu que nos permite vislumbrar o “rosto” do Pai.
A relação vai crescendo e acontecendo numa liberdade concedida e vivida na plenitude deste Espírito que faz e deixa fazer, que se manifesta pela boca daqueles que recusam permanecer calados perante a injustiça que os rodeia, que age e liberta, que sopra onde menos se espera.
Creio!
Creio!
Creio!
… na igreja, nos baptizados, nos que anseiam ser baptizados, naqueles que vivem em conformidade com a vida daquele Jesus que se entregou para trazer a esperança da vida de glória, onde o Pai, que conhece o nosso nome, se dá e acolhe estendendo o seu regaço de amor e bondade.
O baptismo que engole tudo o que é velho, tudo o que é contrário à lei mais pura dos evangelhos, o baptismo que ajuda a emergir o re-suscitado, o homem novo, o homem limpo e remoçado por este amor de alegria e de esperança.
E assim, o Reino acontece e vai acontecendo sempre que um irmão se aproxima e diz que quer mergulhar na água uterina da vida que lava e deixa acontecer vida.

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